Após falar que ‘mulheres estão loucas atrás dos homens’ e viralizar
Menos de uma semana após viralizar com uma fala que dizia que “as mulheres estão loucas atrás dos homens”, o desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) Luis Cesar de Paula Espíndola tirou uma licença especial remunerada. A licença, que começa nesta quarta-feira (10), foi pedida pelo magistrado e vai até 31 de julho.
Luis Cesar de Paula Espíndola se tornou notícia nos últimos dias, depois do posicionamento que deu durante a sessão do dia 3 de julho, na 12ª Câmara Cível do TJ-PR.
A fala foi em resposta à desembargadora Ivanise Tratz, que se manifestou num processo, que corre em segredo de Justiça, sobre o suposto assédio de um professor de uma cidade do interior do Paraná contra uma aluna de 12 anos.
O afastamento, segundo o TJ-PR, foi solicitado pelo desembargador. Esse tipo de pedido é um benefício que já está previsto no estatuto dos funcionários da Corte e não exige que seja apresentado motivo.
Nesta quarta-feira será a primeira sessão da 12ª Câmara Cível após as declarações do magistrado viralizarem na sessão anterior. A fala de Luis Cesar de Paula Espíndola fez com que fosse aberta uma investigação pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, em nota, disse que não endossa os comentários feitos pelo desembargador. Segundo o TJ-PR, foi aberta investigação preliminar, com base na Resolução 135 do CNJ, e o desembargador teria o prazo de 5 dias para se manifestar.
“O Tribunal reitera que não compartilha de qualquer opinião que possa ser discriminatória ou depreciativa, como, aliás, é próprio de sua tradição e história de mais de 132 anos”.
Logo que o vídeo com o trecho da fala de Luis Cesar de Paula Espíndola começou a viralizar, o TJ-PR publicou uma nota pública do desembargador dizendo que não houve a intenção de menosprezar o comportamento feminino nas declarações.
“Afinal, sempre defendi a igualdade entre homens e mulheres, tanto em minha vida pessoal quanto em minhas decisões. Lamento profundamente o ocorrido e me solidarizo com todas e todos que se sentiram ofendidos com a divulgação parcial do vídeo da sessão”.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) fez um pedido ao CNJ para que o desembargador Luís Cesar de Paula Espíndola seja afastado do cargo. Para a presidente da OAB-PR, Marilena Winter, é “imperioso” o afastamento antes mesmo da insaturação do procedimento administrativo.